Lembro-me como se fosse hoje. A diferença é que era inverno, de 1999. Eu tinha apenas 19 anos de idade e uma missão: entrevistar o então Governador do Estado de Santa Catarina na época, Esperidião Amim. Tremia muito, mas a cara e a coragem me impulsionaram para vencer aquele desafio de início de carreira.
Do prédio da rádio Difusora AM 1480 até o aeroporto planejei mentalmente as perguntas que faria ao entrevistado naquela tarde fria. Ensaie, escrevi, decorei e na hora H... pá.
O nervosismo acabou com tudo.
Ao voltar para a sede da emissora a primeira mijada de uma cobertura jornalística. Toda a minha entrevista gravada não passou de 1’30”. Tempo de gravação muito pouco para um programa jornalístico que durava cerca de 30 minutos. Essa história contei para a minha amiga Mariana no Pod Cast da Mari.
Mas não me abalei e muito menos desisti de alcançar meu sonho de ser um comunicador. Aprendi com aquele erro do presente e mirei no futuro. Tempos depois, estava fazendo várias coberturas jornalísticas – inclusive de visitas presidenciais, como a do então Presidente Lula, em 2007 na cidade de Itajaí.
Um ano antes, em maio, entrava ao vivo na Rede Globo de Televisão para falar de Joinville para todo o país através do "Bom Dia Brasil”. Também não esqueço quando o apresentador Chico Pinheiro anunciou: “Vamos à Santa Catarina falar com o repórter Marcos Pereira”.
Se eu tremia? Sim, mas com as técnicas e a inspiração de colegas mais experientes, me posicionei em frente às câmeras, respirei e disse para o planeta ouvir: “Bom dia Chico, bom dia a todos que nos acompanham”.
Quem nunca quase teve um treco ao ter que enfrentar uma plateia, um gravador, uma reunião, pedir alguém em namoro, fazer uma Live pela primeira vez que atire a primeira pedra.
O medo e o nervosismo fazem parte da rotina do ser humano e sempre estarão presentes em nosso o dia-a-dia.
O segredo é dominá-los para que não nos paralisem - pelo contrário – possam servir de combustível para transpor barreiras.
Foi o que fiz mesmo tendo apenas 19 anos de idade. Eu os enfrentei e não me arrependo de nada do passado. Aliás, devo aos erros e acertos e à minha perseverança um feito inédito em minha carreira: com muito orgulho posso dizer que em 1999 fui eleito o repórter mais jovem de SC a transmitir programas de rádio ao vivo para todo o norte catarinense.
Tente você também.
Não desista do sonho que parece difícil e distante. Tenho certeza que não irá se arrepender de falhar. Falhe e falhe melhor.
Não esqueça: a vida é movimento.
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